Pastor Germano Paulo
Streithorst
(1889–1979)
Germano Paulo Streithorst, pastor, professor e
administrador, nasceu em 6 de junho de 1889, na Prússia, atualmente parte da
Alemanha. Filho de Herman e Marien Streithorst, era irmão
de Edwig, Marta, Ema, Walter e Hans. Germano passou a
infância na cidade de Aschersleben, na província da Saxônia. A mensagem
adventista alcançou a família através de uma série de reuniões evangelísticas,
após as quais seus pais e duas irmãs mais velhas foram batizados. Aos 12 anos
mudou-se com a família para a Holanda, onde trabalhou num estaleiro como
ferreiro, mecânico e auxiliar de construção. Dois anos depois, voltou com
a família para Dusseldorf, na Alemanha, onde trabalhou como pedreiro.
Um dia, no trabalho, um acidente fez com que ele fosse hospitalizado. Durante uma visita, seu cunhado Ernesto, um jovem pastor adventista, presenteou-o com o livro Caminho a Cristo. A princípio, ele hesitou em lê-lo, mas em resposta à orientação do Espírito Santo, ele leu e releu. Antes de deixar o hospital, ele leu O Grande Conflito, Patriarcas e Profetas, A Experiência Cristã e Ensinamentos de Ellen G. White, e dezenas de outros livros religiosos. Foi batizado em 21 de dezembro de 1907. Logo depois, tomou a decisão de servir a Deus como pastor e ingressou no curso de teologia na Universidade Adventista de Friedensau, graduando-se em dezembro de 1910.
Sua carreira de serviço na Igreja Adventista do Sétimo Dia começou em 1911. Trabalhou como instrutor bíblico em vários locais da Alemanha durante três anos, o último na cidade de Dortmund. Em 28 de outubro de 1913 casou-se com Apolonia Röttgen Klein (1893-1979), que conheceu em Friendsau. Nascida em Roblentz, Alemanha, ela se converteu ao adventismo ainda jovem através de uma série de reuniões. Pouco tempo depois, matriculou-se na escola de enfermagem de Friedensau, graduando-se aos 18 anos. Junto com o marido, atuou como instrutora bíblica, enfermeira, assistente social, evangelista infantil e, posteriormente, como nutricionista no Hospital Adventista Silvestre em cidade do Rio de Janeiro, Brasil. O casal teve seis filhos: Jacob Germano Filho (1914-1994), Walter Jonathan Streithorst (1918-2007), Harry Josua Streithorst, Helga Esther Streithorst (Liedke) (1922-2009), Helen Ruth Streithorst (Raffo) ( 1924-2019) e Emanoel Paulo Streithorst. Todos eles contribuíram para diferentes áreas da obra adventista no Brasil.
Em 1913, Germano aceitou um chamado para trabalhar como instrutor bíblico na Bélgica. Poucos dias depois do casamento, o casal foi para a cidade de Wilfoorden, onde em 1914 organizaram uma série de reuniões evangelísticas em tendas. Nesse mesmo ano começou a Primeira Guerra Mundial e a Alemanha declarou guerra à Bélgica. Os belgas consideravam os alemães inimigos e tornou-se perigoso permanecer na cidade. Germano e Apolônia fugiram para a casa de alguns amigos holandeses perto de Bruxelas, onde não atrairiam suspeitas, já que Germano falava holandês fluentemente. No entanto, o governo belga convocou todos os alemães residentes no país a apresentarem os seus documentos às autoridades, caso contrário seriam mortos. Mas mesmo sem dinheiro e passaporte, o casal conseguiu embarcar em Amsterdã em um navio holandês com destino ao Brasil, para onde os pais de Apolônia haviam emigrado.
O sobrenome original de Germano era Herman Paul Streithorst, mas quando desembarcou no Rio de Janeiro, o Departamento de Imigração Brasileiro o modificou para Germano Paulo Streithorst. Embora posteriormente tenha corrigido seus documentos com o nome alemão, adotou o nome Germano, como ficou conhecido no Brasil. Dois dias depois, partiram para a cidade de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Ficaram um dia na casa de Leopoldo Preuss e depois foram para Passo Fundo, onde se reencontraram com a família Apolônia.
Após entrar em contato com a Associação Rio Grande do Sul, em 1915 aceitou o convite para auxiliar seu presidente Henrique Meyer em uma série de reuniões evangelísticas na cidade de Taquara com duração de 7 de fevereiro a 14 de abril. Ser professor de um programa de formação de funcionários denominacionais na Candelária, onde trabalhou por três meses. Em seguida, Germano serviu como instrutor bíblico no estado do Rio Grande do Sul de 1916 a 1919 onde trabalhou nas cidades de Quevedos (1916-1917), Cachoeira (1917) e Pelotas (1917-1919).
No final de 1919, Germano aceitou o convite para ser presidente da Missão Paraná. Naquele mesmo ano, a liderança o ordenou ao ministério. Ao longo de sua carreira, uma das marcas de seu trabalho foi a realização de retiros espirituais nos campos onde atuava. Enquanto estava no Paraná, ele dirigiu uma grande campanha na IASD de Curitiba que vendeu revistas para apoiar o recém-criado Colégio Brasileiro (hoje UNASP-SP).
Em 1924, aceitou a oferta para ser diretor da Missão Santa Catarina. Em 1927, a igreja uniu novamente os estados de Santa Catarina e do Paraná em uma única organização administrativa e escolheu Germano para presidir a Missão Combinada Paraná-Santa Catarina, onde permaneceu até 1931. Nesse período, visitou frequentemente o igrejas no campo, nas quais pregava e conduzia batismos, comunhões e outras reuniões.
Depois, serviu como diretor da Missão Rio-Espírito Santo de 1932 a 1936, além de dirigir seus departamentos de ministério pessoal, educação e juventude. Além disso, participou na construção de novas escolas adventistas. Em maio de 1932, oito escolas estavam em funcionamento, um aumento de 50% em relação ao ano anterior.
Depois disso, foi diretor da Missão Bahia de 1937 a 1939, onde também foi responsável pelo departamento de ministérios pessoais. De 1940 a 1944 foi presidente da Conferência Sul Rio-Grandense. Frequentemente ele visitava as famílias dos membros da igreja e encorajava-os na sua fé. Ele os ensinou a praticar o estilo de vida cristão e incentivou os jovens a estudar no Colégio Adventista em Taquara, no Rio Grande do Sul, e no Colégio Adventista em São Paulo.
No final de 1944, aceitou o chamado para pastorear a igreja de Moema, em São Paulo, onde serviu em 1945. Entre o final de 1945 e o início de 1946, lecionou Bíblia no Brazil College. Para se qualificar mais, em 1946 foi para o seminário adventista de Washington, DC, Estados Unidos, onde durante dois anos se especializou em teologia. Em 1948, retornou ao Brazil College, onde ministrou cursos de Bíblia, arqueologia e religiões não-cristãs.
Mais tarde, naquele mesmo ano, aceitou o convite para servir na Associação Sul Rio-Grandense, onde liderou os ministérios pessoais e os departamentos da Escola Sabatina até 1950. Lá se dedicou à Colheita da Colheita, uma de suas atividades missionárias favoritas. Disse que “o maior valor está em mostrar ao povo o trabalho social da Igreja Adventista para torná-lo conhecido e eles terão um bom conceito dele, o que gera ganhar almas para a verdade”.
Em seguida, trabalhou na Associação Paraná-Santa Catarina como chefe dos ministérios pessoais e departamentos da Escola Sabatina de 1951 a 1955, do departamento de temperança de 1951 a 1953, e do departamento de rádio de 1954 a 1955. Durante este período, ele representou o departamentos nas diversas igrejas.
Em 1955, aos 65 anos, solicitou à Associação que o transferisse para Blumenau, estado de Santa Catarina, para pastorear a igreja distrital e ajudar na sua construção. Lá ele poderia fazer o que mais gostava: visitar e incentivar os membros a participarem do Harvest Ingathering. Após a aprovação da conferência, conduziu um programa de arrecadação de fundos entre as comunidades empresariais e industriais da região, o que contribuiu significativamente para a abertura da igreja de Blumenau em 1957. Até sua aposentadoria em 1963, ele pastoreou a igreja em Joinville. Mesmo então ele continuou a realizar semanas de oração.
Germano Paulo Streithorst serviu à Igreja Adventista do Sétimo Dia por 53 anos. Durante sua carreira ministerial, ele batizou pessoalmente cerca de 3.600 pessoas. Ele transmitiu um legado de serviço religioso a seus filhos e netos, vários dos quais trabalharam em instituições adventistas. Faleceu em 26 de janeiro de 1979 e foi sepultado na cidade de Sumaré, estado de São Paulo. Sua esposa, Apolônia Klein Streithorst, faleceu dois dias depois.
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