II Campori
União Centro Oeste Brasileira
“Trilha da Esperança”
Parque da Cidade Sarah Kubitschek
Brasília - DF
04 a 09 de Setembro de 2012
Feriado no parque Campori reúne 8 mil desbravadores no centro de Brasília. Grupo limpou o Lago dos Patos e gravou audiolivro O Grande Conflito
Muita emoção, alegria e ralação fizeram parte da rotina de jovens e adolescentes de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Tocantins e Distrito Federal durante um mega-acampamento no coração de Brasília. A segunda edição do campori interestadual da região Centro-Oeste movimentou a Capital federal nos dias 4 a 9 de setembro e levou mais de 80 pessoas ao batismo. O evento teve como ênfase espiritual a visão sobrenatural que Ellen G. White, pioneira da Igreja Adventista, teve logo após o desapontamento vivenciado por milhares de cristãos norte-americanos que aguardavam a volta de Jesus para o dia 22 de outubro de 1844. A mensagem da visão foi publicada pela primeira vez em 1846, trazendo esperança aos leitores ao mostrar que o povo do advento passaria por um caminho estreito, de grande dificuldade, mas encontraria Jesus no fim da jornada. Para apresentar detalhes dessa história e como era a vida dos pioneiros adventistas, um musical foi especialmente preparado para o campori. Ao todo, 18 atores, 30 figurantes e um grupo de drama com dez componentes fizeram parte da encenação que foi dividida em cinco episódios. As músicas, compostas por Cleiton Schaefer, são inéditas e já estão disponíveis em CD. O álbum custa 20 reais e pode ser adquirido nas sedes regionais da Igreja Adventista da Região Centro-Oeste. O Grande Conflito – Em clima de valorização do dom profético, além do musical, os desbravadores fizeram a gravação em áudio do livro O Grande Conflito. Para que os 8 mil acampantes participassem do projeto, os 40 capítulos do livro se tornaram 3 mil folhas de papel A4.
A narração da obra, que nunca havia sido registrada na voz de desbravadores, será transformada em Áudio livro e presenteada a cada adolescente participante. Além de narrado, o livro foi transcrito à mão pelos 8 mil desbravadores. A versão manuscrita ficará guardada no museu da sede administrativa sul-americana da Igreja Adventista, em Brasília.
Ações sociais – Nessa edição do acampamento, os desbravadores tiveram o desafio de construir portais ecologicamente sustentáveis. Com a tarefa em andamento, o que se viu pela área de camping foi um festival de garrafas PET, pneus, papelão, jornais e caixinhas de suco e leite. Nesse requisito, duas agremiações ficaram empatadas no topo da pontuação: o Clube Tigre, do Distrito Federal; e o Clube Estrela, do Mato Grosso. Como prêmio, cada grupo ganhou 25 instrumentos musicais para fanfarra.
Além disso, 15 mil folders feitos de papel reciclado foram preparados para espalhar consciência ecológica entre os brasilienses. Na tarde do feriado, dia 7 de setembro, os desbravadores distribuíram os folhetos no Parque da Cidade Sarah Kubitschek com um exemplar da revista Quebrando o Silêncio e do livro A Grande Esperança. O local é o maior parque público urbano do mundo e foi a sede do campori O lago e o lixo – Em relação ao lixo, as mais de 30 toneladas retiradas do mega-acampamento tiveram destino adequado. Todos os resíduos foram entregues em depósitos de cooperativas credenciadas pelo Serviço de Limpeza Urbana (SLU) de Brasília. Ao chegar nesses armazéns, o lixo foi separado e, todo material reciclável, reaproveitado. Como se não bastassem essas iniciativas, as ações em benefício da natureza foram coroadas com a limpeza do Lago dos Patos, no Parque da Cidade, também no dia 7. Os voluntários retiraram mais de 3 mil sacos de lixo com resíduos depositados no entorno do lago e revitalizaram a orla. No fim da “faxina”, um abraço coletivo em volta do lago simbolizou a união em favor do meio ambiente. Para o pastor Nelson Milanelli, líder dos desbravadores da União Centro-Oeste e coordenador geral do evento, ações como essa devem lembram a todos que a natureza precisa ser respeitada. Mídia – Admirados com o envolvimento de tantos jovens e adolescentes, a mídia local marcou presença durante o evento.
Ao todo, nove veículos de comunicação produziram reportagens sobre o campori. As emissoras de TV Band e SBT e o jornal Correio Braziliense, por exemplo, destacaram a limpeza do Lago dos Patos. O administrador do Parque, Paulo Dubois, agradeceu a administração da Igreja Adventista por escolher o espaço como sede do encontro quinquenal. “Esse tipo de atitude engrandece nosso parque. A vinda desses jovens é benéfica em vários aspectos, porque eles são comprometidos com o bem-estar do próximo”, afirmou. Dubois, criado em um tradicional lar batista, por diversas vezes precisou conter as lágrimas ao ver a mobilização e o cristianismo prático exemplificado pelos desbravadores. “Vejo meu avô no brilho contido nos olhos de cada adventista que conheço aqui. Só Deus poderá pagar o que vocês têm feito por este lugar”, concluiu.
Força e testemunho – Além da cidadã, os desbravadores deram exemplo de superação. Marcos Vinícius, por exemplo, tem 24 anos e é desbravador há dez. Com o uniforme e o lenço, Marcos não permite que a síndrome de down o impeça de participar de todas as atividades com muita dedicação. “Eu sou da unidade Lambda e gosto muito de ser desbravador”, contou animado. Apesar de frequentar as atividades do clube regularmente, este acampamento foi o primeiro campori que Marcos pôde participar. Quem o ajudou a realizar esse sonho foi sua professora, Camila Martins. “Eu me prontifiquei a participar desta vez só pra cuidar dele. Ele é muito animado e, inclusive, participou das atividades do campori. Ele se dá bem com todos os colegas”, conta Camila. Rebatismo – Mas os exemplos de força de vontade não param por aqui. Do Distrito Federal surge a história de Alison de Carvalho, um jovem vice-diretor de clube que, três meses antes do campori, sofreu um acidente automobilístico. Na fatalidade, Alison estava em uma moto que, no impacto, foi lançada para baixo de um ônibus. Como resultado do acidente, ele teve a perna esquerda amputada. “Algumas pessoas disseram que precisávamos desistir do acampamento depois do que aconteceu comigo. Mas a gente tinha chegado até ali, eu não podia desistir do sonho dos meninos de ir para o campori”, relata emocionado. Mesmo liderando a agremiação, Alison se sentia longe de Deus. Entretanto, graças ao apoio divino e de seus colegas, ele se encheu de coragem para levar seu clube ao acampamento e renovar seu compromisso com Cristo em uma emocionante cerimônia batismal. “Se Jesus te chama hoje, não perca mais tempo”, disse aos desbravadores, ao sair das águas.