Pastor Ernesto Roth
(1904–1999)
O
Pastor Ernesto Roth nasceu em 22 de julho de 1904, em Lachweiler, Wurttemberg,
Alemanha. Ernesto era filho de fazendeiro e tinha quatro irmãos: Carl
(1894-1989); Frederico (1896-1984), que era pastor; Adolfo
(1900-1923); e Marie (1900-1931), que foi convertida ao Adventismo por
influência de Frederico. Ernesto foi revelado com diferenças aos cinco
anos de idade. Como membro fiel da Igreja Luterana, sua mãe prometeu que,
se o filho se recuperasse, se dedicaria ao serviço de Deus como carpinteiro e
missão.
Ernesto frequentou a escola primária por sete anos, e depois aprendeu a arte da carpintaria, cumprindo assim parte da promessa de sua mãe, que faleceu quando tinha 15 anos de idade. Trabalhou construindo galpões até os 20 anos. A vida na Alemanha pós Primeira Guerra Mundial não era fácil. Para poder se alimentar, Ernesto tinha que trabalhar 13 horas por dia no verão, e oito horas diárias no inverno. Foi nessa época que aprendeu sobre o sábado do quarto princípio. Como luterano, ele recebeu uma cópia do Novo Testamento, mas, quando encontrou na casa de seu empregador uma Bíblia completa, Ernesto começou a estudar no tempo livre e descobriu lições às quais não tinha acesso acima.
Após receber um sonho, no qual Deus lhe mostrou que o sábado deveria ser observado e que ele deveria pregar sobre isso, mesmo que estivesse em outra língua, Ernesto ficou confirmado do que havia lido na Bíblia. Pediu para não trabalhar aos sábados, e foi autorizado pelo chefe. Entretanto, a esposa do chefe disse que, se ele não fosse trabalhar aos sábados, também não deveria trabalhar aos domingos, obrigando-o a jejuar durante os finais de semana. Ernesto não conhecia uma igreja que guardasse o mandamento do sábado, então ele procurou nas cidades grandes, por semanas, uma igreja que acreditava-se nas verdades bíblicas que havia descobertas. Certo dia, encontrei a Igreja Adventista e, sem estudos bíblicos formais, foi batizado em 1922.
Trabalho Missionário, Treinamento e Casamento
Ernesto
Roth decidiu procurar um novo emprego, para evitar confrontos com o
patrão. Conheci trabalho em uma empresa de arquitetura, visto que tinha
experiência e habilidades nessa área. Dois anos depois, recebeu um convite
para ser sócio da companhia. Foi então que um membro da igreja que Roth
frequentava ou se aconselhou a se matricular no programa missionário do
Seminário Adventista em Marienhoehe. Estudou no local por dois anos,
quando seu dinheiro se tornou quase sem valor devido ao aumento da inflação. Novas
oportunidades surgiram no ramo da carpintaria, e Ernesto foi promovido a chefe
de carpinteiro.
Na década de 1920, a igreja na Alemanha focou seus esforços na África, e Ernesto foi um dos candidatos escolhidos. O Pastor Stahl também havia sido convidado para ser missionário no Peru. Roth tomou a decisão sobre o que fazer no futuro quando, no último ano do Seminário, recebeu uma carta do Pastor Schubert, o incentivando a trabalhar no Brasil. Ele chegou ao porto de Santos, Brasil, em 4 de julho de 1928, ao lado do amigo Jorge Hoyler. Foram então para o Colégio Adventista Brasileiro (hoje Unasp-SP), onde ficaram quatro meses praticando o português e trabalhando na carpintaria. Ele colportou com sucesso na cidade de São Leopoldo, estado do Rio Grande do Sul, que era considerada uma fortaleza do catolicismo. Diante do potencial demonstrado, Roth foi convidado para ser o primeiro professor do Ginásio Adventista de Taquara (hoje Instituto Adventista Cruzeiro do Sul – IACS).
Após atuar como evangelista, a Associação Sul-Rio-Grandense ofereceu o cargo de diretor de departamento, com sede na cidade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, onde serviu de 1931 a 1940. Trabalhou ainda com a organização de projetos para escolas primárias no distrito de Santa Cruz, e como pastor distrital em Ijuí. A educação era sua prioridade, e por isso, durante sua administração, o número de escolas aumentou de seis para 30. Em Ijuí conheceu uma mulher que, em pouco tempo, se tornaria sua esposa - Erna Rockel. Eles se casaram em Ijuí, em 18 de junho de 1931, em cerimônia oficializada pelo Pastor John Boehm. O casal teve dois filhos, Erlo e Salo, e também adotou uma criança órfã.
Magistério
e Ministério Pastoral
No
início de 1940, Roth foi chamado para servir à igreja como líder de departamento
na Missão Rio-Espírito-Santense. A missão era pequena, contando com apenas
800 membros, e incluía partes de estados fronteiriços, como Rio de Janeiro e
Minas Gerais. Roth encontrou resistência ao seu ministério
pastoral. Isso acontecia, por exemplo, quando explicou a mensagem de saúde
aos capixabas, que consumiam grandes quantidades de carne de porco como parte
da alimentação. Por meio do seu trabalho como professor, o evangelho foi
pregado naquela região até chegar ao norte do Rio Doce, onde não havia presença
adventista. No período da Segunda Guerra Mundial, os nazistas iniciaram um
navio mercante brasileiro, causando o ódio nacional contra os
alemães. Como era alemão, Roth sofreria as consequências e, por isso, foi
transferido para o Rio de Janeiro, a fim de ser protegido dos conflitos entre
nazistas e brasileiros.
Entre 1941 e 1942 foi Departamental de Jovens na antiga Missão Rio – Espírito Santense.
Roth trabalhou na Associação Rio-Minas Gerais durante a guerra, com autorização emitida pela polícia. Em 1945, começou a servir como professor e pastor da igreja de Petrópolis (hoje Instituto Petropolitano Adventista de Ensino). Permaneceu até 1948, quando foi chamado para ser presidente da Missão Rio-Espírito-Santense. No período de sua administração, foi iniciada uma forte campanha evangelística, os fundos da missão foram organizados, o sistema de bienais foi apoiado e a missão promoveu conferências bíblicas. Com isso, a missão se tornou uma associação, contribuindo grandemente para o crescimento da Igreja Adventista na região. Como o escritório da associação havia ultrapassado o espaço do porão da igreja, onde estava localizado, foi transferido para o segundo andar do prédio, construído especificamente para esse fim.
Serviço
Administrativo
Em 1954,
ele retornou ao Instituto Teológico Adventista de Petrópolis como
diretor. Nesse novo ciclo, teve como foco o crescimento estrutural e o
equilíbrio financeiro do colégio. A esposa de Roth desenvolveu um projeto
educacional para ensinar princípios cristãos às crianças. Em 1958, a
família Roth retornou para o Espírito Santo. Além de auxiliar na
construção de novos prédios, Roth também visitou lojas pequenas no
interior. Os membros adventistas da região tinham interesse em estabelecer
uma instituição de ensino no Espírito Santo. Posteriormente, com o apoio
de Roth, deu-se início aos planos para a construção do Educandário
Espírito-Santense Adventista (Edessa), e encontrou o terreno ideal para o seu
estabelecimento. A terra pertence ao secretário de agronomia do estado,
que recebemos em venda quando conhecemos os planos de construção.
Em 1962, quando sessão da Associação Geral foi realizada em São Francisco, Califórnia, Estados Unidos, Roth recebeu uma licença de viagem de quatro meses. Ele também passou para Israel, Roma e Alemanha, onde visitou “Neandertal”, uma casa de restauração. Em 1969, Roth e sua família se mudaram para Hortolândia, São Paulo, Brasil, onde auxiliavam uma igreja local. Ele trabalhou junto aos pedreiros para construir um orfanato e, em 18 de junho de 1972, fundou o “Orfanato Neandertal”, com a assistência dos idosos do asilo de mesmo nome na Alemanha.
Contribuição
e Legado
Ao
longo dos seus 30 anos de ministério, Ernesto Roth contribuiu grandemente com a
Igreja Adventista. Ele faleceu em Hortolândia, em 30 de março de
1999, e foi sepultado no mesmo túmulo de sua esposa, no Cemitério da Paz,
em Santo Amaro. Recebeu homenagens da Revista Adventista e outros jornais
denominacionais pelo trabalho prestado a instituições da igreja. Após seu
falecimento, Hortolândia nomeou uma das ruas da cidade em sua homenagem.
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