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domingo, 4 de fevereiro de 2024

Pastor Enoch de Oliveira

 

Pastor Enoch de Oliveira

(1924–1992)



Enoch de Oliveira nasceu em 8 de fevereiro de 1924, na cidade de Curitiba, estado do Paraná. Seus pais eram Saturnino Mendes de Oliveira (10 de maio de 1890 a 18 de agosto de 1977) e Jeronima Cervo de Oliveira (6 de maio de 1898 a 7 de outubro de 1988). Ele tinha três irmãos: Gideão, Rute e Rubem.

Enoch cresceu num lar adventista sob a influência positiva de seus pais. Na infância, frequentou o Instituto Sofia Costa Pinto, em Salvador, Bahia. Seu pai, Saturnino, foi colportor por 17 anos e trabalhou como diretor de publicação por 34 anos, espalhando a mensagem adventista por 11 estados do Brasil, durante os quais visitou cerca de 830 vilas e cidades. Saturnino, ao lado do pastor Ricardo Suessman, foi pioneiro na introdução do adventismo na cidade de São Paulo. 

Por outro lado, sua esposa, Jerônima, sempre incentivou os filhos a estudar, além de trabalhar na própria educação. Ela se matriculou em um curso de doutrinas bíblicas e de história da Igreja Adventista do Sétimo Dia, oferecido pelo Departamento de Voluntários Missionários, e em um curso de higiene e cuidados domiciliares, oferecido pelo Departamento Médico da Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia.

Em 1945, Enoch formou-se simultaneamente nos programas de ensino médio de teologia e contabilidade técnica do Brazil College (hoje UNASP-SP), onde naquele período os alunos podiam cursar as duas séries de cursos ao mesmo tempo. Como foi reprovado nas aulas de homilética, sentiu-se desanimado em se tornar pastor, então se candidatou para trabalhar na igreja na área de contabilidade. Em 1946, tornou-se auxiliar de escritório da Missão Paraná-Santa Catarina, com sede em Curitiba, onde cuidava da embalagem, da expedição e ajudava na tesoureira. 

Em 3 de fevereiro de 1948 casou-se com Lygia Rosa Marques de Oliveira, na cidade do Rio de Janeiro. Eles se conheceram durante as férias escolares como evangelistas literários, quatro anos antes do casamento. Assim como Enoch, Lygia também era filha do proeminente evangelista literário, Isidoro Marques. Ela contribuiu grandemente para o ministério do seu marido, ajudando-o em muitas áreas, incluindo o evangelismo infantil durante as suas campanhas evangelísticas. Ela também serviu como secretária da Divisão Sul-Americana e da Associação Geral. Além disso, escreveu o livro Nos Trilhos dos Pioneiros, que destaca as experiências daqueles que ajudaram a estabelecer a Igreja Adventista do Sétimo Dia (publicado em 1990 pela Casa Publicadora Brasil). O casamento deles gerou Lutero Marques de Oliveira (nascido em 9 de setembro de 1949) e Vera Lúcia de Oliveira Dorl (nascida em 30 de junho de 1951). 

De 1948 a 1949, Enoch liderou os departamentos de educação e juventude da Missão Paraná-Santa Catarina. Para se preparar melhor para assumir cargos administrativos, formou-se em 1949 pela Faculdade de Ciências Econômicas de Curitiba. Nesse mesmo período, acabou assumindo algumas funções pastorais na Igreja de Curitiba, já que o pastor oficial lutava contra uma doença. A experiência o ajudou a desenvolver suas habilidades de oratória enquanto pregava algumas vezes na igreja.

Depois de servir por seis anos no escritório da Missão Paraná-Santa Catarina, a liderança da igreja o nomeou em 1951 como diretor da Academia Adventista do Paraná (agora chamada de IAP). Porém, como a casa do diretor no campus da Academia Paranaense ainda estava em construção e ele tinha uma filha recém-nascida, Enoch não se adaptou muito bem ao novo emprego e pediu transferência para outro cargo. Assim, em 1952 foi ordenado ao ministério e tornou-se pastor titular da Igreja Adventista de Curitiba, onde já atuava como pastor assistente. Nesse mesmo ano, formou-se em pedagogia pela Universidade de Filosofia, Ciências e Letras do Paraná. 

Depois, em 1954, Enoch aceitou o chamado para ser pastor-evangelista na Associação Rio-Minas, onde serviu por dois anos. Em 1956, tornou-se evangelista na União Leste do Brasil (hoje União Sudeste do Brasil), conduzindo extensas séries evangelísticas em várias cidades. Enoque desempenhou seus deveres pastorais com grande zelo, seus sermões centrados em Cristo. Em 1959 ele obteve seu primeiro mestrado em Teologia Bíblica e Sistemática na Universidade Potomac. Durante esse tempo, a igreja transferiu o programa do seminário de Washington, DC, para Berrien Springs, Michigan. 

Nesse mesmo ano, foi nomeado secretário ministerial da Divisão Sul-Americana (SAD), com sede no Uruguai, cargo que ocupou de 1959 a 1970. Durante esses anos, editou a revista O Ministério em espanhol e português, publicando numerosos artigos e editoriais aos milhares de ministros dos oito países da Divisão Sul-Americana. 

Enquanto isso, em 1967, ele obteve seu segundo mestrado em história da igreja na Universidade Andrews. Mais tarde, em 1975, recebeu o título de doutorado (Honoris Causa) da Universidade Andrews em reconhecimento a dois de seus estudos: Liberdade Religiosa na América do Sul e O Fenômeno da Glossolalia e a Resposta da Igreja Adventista do Sétimo Dia

Após servir por 11 anos como secretário ministerial da Divisão Sul-Americana, tornou-se secretário-geral da Divisão, cargo que ocupou de 1970 a 1975. O desafio foi grande, pois na época a Divisão Sul-Americana contava com 340 mil associados e era a que apresentava o maior crescimento de associados. De todas as divisões da igreja. Então, em 1975, Enoch foi nomeado o primeiro Presidente Brasileiro da Divisão Sul-Americana. 

Muitos projetos desenvolvidos sob sua liderança. Um ano depois de ele ter assumido a presidência, o comitê executivo da Divisão compilou uma lista de 230 comunidades em seu território ainda não alcançadas pela mensagem adventista e, em 1977, votou para concentrar os esforços da Divisão nesses locais. O objetivo principal era transformar membros leigos em trabalhadores voluntários. Para tanto, a divisão realizou diversos congressos e reuniões para mobilizar os associados. Depois a divisão executou o plano durante 1977 a 1980.

Projetos adicionais implementados pela Divisão Sul-Americana incluíram a distribuição em larga escala de O Desejado de Todas as Nações, de Ellen G. White; a criação do Grupo Hospitalar Adventista Brasileiro (GHAB) e do Seminário Teológico Adventista Latino-Americano (SALT); e a realização de muitas conferências e workshops sobre saúde e mordomia cristã. Entre as decisões organizacionais tomadas, uma das mais destacadas foi a divisão do campo boliviano em Missão Boliviana e Missão Lago. Em 22 de junho de 1976, a nova sede da Divisão Sul-Americana, anteriormente no Uruguai, foi inaugurada em Brasília, com a presença de representantes da Associação Geral, sindicatos e instituições adventistas, bem como autoridades eclesiásticas e cívicas. Enoch de Oliveira presidiu a Divisão Sul-Americana de 1975 a 1980. 

Depois, de 1980 a 1990, serviu como um dos vice-presidentes da Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia, tornando-se responsável pela coordenação dos esforços evangelísticos da Igreja Adventista a nível mundial. Durante esse mesmo período, foi membro dos comitês administrativos da Andrews University e da Loma Linda University. Além disso, é importante destacar seu apoio à nova fábrica da Casa Editora Brasil, participando do lançamento de sua pedra fundamental em 28 de novembro de 1983, em Tatuí, interior de São Paulo. No dia 4 de janeiro de 1985 esteve presente na inauguração das novas instalações. 

Além disso, Enoch foi o autor e promotor do plano conhecido como Mil Dias de Colheita e seu sucessor, Colheita 90. Mil Dias de Colheita foi o primeiro plano evangelista de nível mundial lançado pela Conferência Geral do Sétimo Dia. Adventistas. Procurou promover a renovação espiritual na vida dos líderes da igreja com o propósito de ajudar a finalizar a obra de Deus na Terra. Durante a subsequente Harvest 90, a América do Sul tornou-se a segunda divisão classificada em número de membros. 

Como Vice-Presidente da Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia, viajou por vários países, atendendo aos desafios administrativos das diferentes divisões, ao mesmo tempo que pregava em diversas igrejas e instituições. Durante períodos de crise política em alguns países da Divisão Euro-África, a cidadania brasileira de Enoque tornou-se de grande ajuda, já que ele foi um dos poucos administradores da Conferência Geral dos Adventistas do Sétimo Dia que pôde visitar países africanos como Angola e Moçambique. 

Em 1988, ele foi para a União Soviética como representante da Conferência Geral para uma grande celebração realizada pela Igreja Ortodoxa em comemoração ao aniversário de 1000 anos do batismo de Vladimir, o Grande (ele foi convertido ao cristianismo em 988 DC). O país recebeu Enoch com grande honra e dignidade naquele país.

No dia 3 de setembro de 1989, já em território brasileiro, participou da inauguração da Academia Adventista do Bom Retiro. Leitor ávido, escreveu diversos livros, entre eles A Mão de Deus ao Leme, em português e espanhol. Em 1988, é autor de Angústia ou Esperança, distribuído no ano 2000, e do devocional Bom dia, Senhor

Últimos anos

Enoch aposentou-se em junho de 1990 na Sessão da Conferência Geral realizada em Indianápolis. Retornando ao Brasil em setembro do mesmo ano, fixou residência em Curitiba. Ele lutou contra o câncer por oito anos, passando por quimioterapia, mas isso não o impediu de pregar em muitas igrejas da região e de dirigir Semanas de Oração e Reavivamento. Enoch realizou seu último batismo em 29 de dezembro de 1991, e pregou seu último sermão na Igreja Central de Curitiba, em 29 de fevereiro de 1992. Porém, em 28 de março, ele pregou seu último sermão em uma pequena igreja em Capão da Imbuia, também em Curitiba. Era intitulado “O Cavalo de Tróia”.

Sua saúde piorou rapidamente e ele faleceu em 10 de abril de 1992, aos 68 anos, em Curitiba, onde morava desde sua aposentadoria. O funeral aconteceu na Igreja Central de Curitiba com a presença dos presidentes da União Leste do Brasil, da União Central do Brasil e da União Sul do Brasil. Também estiveram presentes o Pastor Rodolpho Gorski, da União Sul Brasileira, e o Pastor Léo Ranzolin, como representante da Associação Geral. O pastor João Wolff, presidente da Divisão Sul-Americana, apresentou o sermão principal. Enoque foi sepultado no cemitério Parque Iguaçu, em Curitiba. 

Contribuição

Enoch de Oliveira prestou uma contribuição significativa à Igreja Adventista do Sétimo Dia em seus territórios brasileiro, sul-americano e mundial. Ele trabalhou por 45 anos como pastor, professor, economista, administrador, autor e evangelista. Junto com sua esposa, Lygia de Oliveira, ele realizou muito. O Pastor Enoch ainda é lembrado hoje por sua pregação poderosa, visões evangelísticas avançadas, cultura, habilidades administrativas e, acima de tudo, por seu profundo senso de missão. 

 




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