Lideranças Centrais
de Desbravadores
do Nordeste
Na União Nordeste, em virtude do
território ser extenso foram criadas Lideranças Centrais de Desbravadores para
poderem ajudar os Departamentais de Desbravadores. Essas lideranças Centrais em
cada Estado serviram para alavancar o crescimento do trabalho e o número de
Clubes e Desbravadores, bem como elaborar programas, eventos, camporis e etc.
Em Pernambuco foi chamada de (LICEDEPE), na Paraíba (LICEDEPA) e no Rio Grande do Norte (LICEDERN).
Esse programa reunia todos os Diretores dos Clubes dos Desbravadores, com o objetivo de capacitá-los e padronizar as reuniões dos Clubes, bem como facilitar as compras dos materiais, As reuniões aconteciam 1 vez por mês e também eram realizadas visitas aos Clubes e realização de eventos.
Com a criação da Nova Missão Nordeste, a transição da LICEDERN e LICEDEPA, ocorreu em 2000, quando Erinaldo Costa foi convidado pelo Pastor Antônio Ramos Brito, mais conhecido por Pastor Brito, para ser o Departamental Associado da Nova Missão Nordeste, que correspondia aos Estados da Paraíba e Rio Grande do Norte. Sendo assim encerrava o ciclo da LICEDERN E LICEDEPA e era criado as estruturas das regiões e Distritos para os Desbravadores.
Conversando com um dos Pioneiros e
grande incentivador dos Desbravadores no Nordeste, Francisco Muniz dos Santos.
Ele conta que a LICEDERN – Liderança Central de Desbravadores do Rio Grande do
Norte, foi muito importante para o Movimento dos Desbravadores, pois foi o
movimento que impulsionou e impactou o crescimento dos Desbravadores do Rio
Grande do Norte e que tornou modelo para outros Estados. A princípio esse
programa era realizado nas salas das igrejas, mas aquele movimento pouco
acanhado, sem dinamismo logo passou a se dinamizar com o surgimento da
LICEDERN. Onde tivesse uma Igreja deveria ter um Clube de Desbravadores. Esse
foi o pensamento central da LICEDERN.
O objetivo da Liderança Central ou Centralizada surgiu de uma maneira despretensiosa pelo professor Francisco Muniz, mais conhecido por Xuxa e teve todo apoio do pastor Clóvis Bunsen, que era no momento o Pastor Distrital da Igreja Central de Natal. Então de uma forma despretensiosa foi tomando proporção que fez com que o Clube de Desbravadores crescesse bastante, especialmente porque Alfredo Macedo de Farias, outro Pioneiro, se tornasse o primeiro a dirigir a LICEDERN. A escolha do primeiro Diretor foi até meio engraçada, pois Alfredo votou em Muniz e o mesmo fez igual. No final como Francisco Muniz era aluno, pediu que ele aceitasse o comando dessa atividade tão importante. Na década de 1980, os Clubes de Desbravadores existiam como movimento MV – Missionários Voluntários.
A transição da LICERDERN para a nova
Missão foi quando a própria Igreja sentiu a necessidade de dividir para
multiplicar entretanto a LICEDERN permaneceu como liderança Centralizada e foi
uma decisão muito acertada, pois as lideranças das Igrejas passaram a dividir
as mesmas em Distritos. Então nós nos mantivemos unidos por conta dos eventos
que fazíamos. A princípio o movimento era confundido com os escoteiros, mas
muitas atividades sociais que foram feitas e chegava aos ouvidos da Imprensa,
nós fazíamos questão de dizer que nós éramos um movimento escoteiro ligados aos
Jovens da Igreja Adventista do Sétimo Dia e isso foi aos poucos tomando
dimensões e com o tempo as pessoas criaram, souberam e entenderam, que nós
éramos um movimento diferente.
A importância de uma liderança centralizada foi importante porque levou nos a realizar vários momentos, como por exemplo: Campanhas contra o Álcool, Fumo e Drogas. Um programa que ainda não tínhamos visto ninguém fazer ainda e começamos a realizar na grande Natal – RN. Fechávamos as Ruas e Avenidas, o Trânsito e também nos dirigíamos para os bairros da comunidade da Igreja, levando cartazes, alegorias e gritávamos assim: uma pessoa falava e todos respondiam. Venham Conosco. Entre nessa luta. Seja forte. Vença o Vício. Não fume, não beba, A vida é bela. Não brinque com as drogas. Vença esse vício. Seja vivo. Aí esse exército de meninos e meninas, gritando chamava a atenção dos transeuntes. E isso foi realmente um trabalho que a LICEDERN realizou várias vezes, sempre trazendo temáticas diferentes sobre a Ecologia ou outros fatores relacionados a orientação para a comunidade.
Um outro projeto iniciado e criado por Francisco Muniz e que depois foi desenvolvido em outros Estados Brasileiros, foi o “Alô Mamãe”. Muitos até acham que esse projeto foi realizado por outra pessoa. Mas foi criado pela LICEDERN. Esse projeto nada mais era que os Desbravadores saiam as ruas levando flores, cantavam para as mães com violões, entregavam um folheto, uma rosa ou uma lembrança e em seguida pediam para as mães ligarem para um número de telefone e quando elas ligavam havia uma mensagem direcionada a elas, em homenagem ao seu dia. Foi um sucesso, que logo tomou proporções inimagináveis, para tantos lugares do Brasil afora.
Inclusive foi através desse projeto
“Alô Mamãe”. Que se agregou ao Clube de Desbravadores de Natal, um Grupo de
Escoteiros dissidentes. Nós seguimos a princípio com o líder, porém logo viram
que não daria certo essa junção e daí muitos dos Escoteiros se tornaram
Desbravadores e a gente com muita oração, pedindo muito a graça de Deus. Graças
a essas pessoas muitos se tornaram Pastores da nossa Igreja.
Na LICEDERN, além do Serviço a comunidade, eram realizados Campanhas contra a Poliomielite, de Vacinação em Cães, Campanhas para adquirir remédios contra o HIV para Hospitais. Fazíamos nos faróis com permissão dos órgãos Campanhas para que a população comprassem o AZT, para amenizar a dor e para a cura de alguns deles. Então muitas atividades eram realizadas pelos Desbravadores. Em Setembro os Desbravadores eram chamados para Campanhas no Trânsito, onde orientavam os transeuntes e os motoristas em Faixas de Pedestres e a respeitarem os ciclistas.
No princípio da LICEDERN um Pastor atuante que muito colaborou foi o Pastor Jorge Soria, um Pastor Mexicano, que passou pela Missão Nordeste e que muito contribuiu e participou dos eventos. Ele ficou muito impactado com essas atividades realizadas. Hoje ele mora nos Estados Unidos.
O movimento dos Desbravadores foi crescendo e houve a necessidade de uniformizar nossos Desbravadores. As dificuldades eram enormes, o tecido para o uniforme precisava vir de São Paulo, ou de outros Estados. Antes da compra, precisávamos fazer uma coleta de dinheiro, economizando e depois que ajuntávamos o valor daí sim íamos a compra do tecido. Padronizar nossos Desbravadores do Nordeste, era a coisa mais difícil, pois a maioria eram carentes. Para a confecção do fardamento, precisávamos usar de criatividade, usando as mães dos nossos Desbravadores. A elas eram feitos um pagamento bem abaixo do valor pago no mercado para que pudéssemos ter. O prendedor de lenço era feito improvisado, usando mangueira de água verde. Os distintivos e apetrechos usados nos uniformes, eram comprados pela liderança e eles procuravam o mais barato e onde tinha em algum Estado no Brasil para poder comprar. Tudo era feito com muita criatividade para que assim pudéssemos ter um padrão no fardamento. Certa ocasião no início dos Desbravadores, mais de 500 meninos e meninas estiveram padronizados, algo inédito para época e para a região. Isso chamou a atenção do Pastor Mário Veloso (Diretor de Desbravadores da Divisão Sul Americana na época), além dos Pastores Artur Marski e Alejandro Bullón. Numa das visitas a Natal – RN, para inspecionar o movimento, ficaram impactados e surpresos com o crescimento. Eles também observaram que muitos não possuíam uniforme, ou estavam fora dos padrões e solicitaram que os mesmo trocassem e padronizassem. Porém tudo foi conversado de uma forma Cristã e isso nada impediu o crescimento, pois tudo já era da vontade de Deus.
O crescimento dos Desbravadores na Região Nordeste se deu devido a descentralização das atividades gerais das mãos do Diretor, dando oportunidades aos Diretores Associados, Instrutores e Conselheiros, que passaram a termais autonomia em seus afazeres no Clube de Desbravadores. Foi criado a idéia de quem cuida de seis, cuida de sessenta, quem cuida de oito, cuida de oitenta, com isso foram dados passos enormes, para a criação de grandes líderes. Cada Conselheiro ficou responsável em divulgar os Desbravadores e trazer novas pessoas, aumentando assim o número de pessoas e ao mesmo tempo completando as Unidades com seus elementos. Naquela época todos se esforçavam em cumprir as Classes Progressivas, nome dado à época. Com tudo isso, outro ponto principal, foi expandir, levando líderes de um Clube de Desbravadores para outro, mesmo que muitas vezes fosse doloroso devido ao apego e dor no coração. Mas tudo foi pensando em progresso e em levar para outros lugares e igrejas, já pensando em ter em cada Igreja um Clube de Desbravadores. Outro ponto principal foi que as lideranças destrincharam os Manuais da época, um verde e um vermelho que eram para os líderes, além de estudar os materiais que eram disponibilizados pelo Pastor Artur Marski, que eram direcionados aos jovens, mas que foram adaptados aos Desbravadores. Sem dúvida nenhuma, com tudo isso, a explosão do Movimento do Clube de Desbravadores no Nordeste, foi gigantesca, cumprindo assim o ideal de ser “Servos de Deus e Amigos de Todos e Ir aonde Deus Mandar”.
Um outro ponto contado por um dos Pioneiros dos Desbravadores no Nordeste, Francisco Muniz, foi que as lideranças centrais, trabalharam não só com Desbravadores que tinham um caráter perfeito, mas sim também em ajudar jovens nas questões da delinquência juvenil. Se eles não tivessem sido ajudados teriam tomados caminhos da marginalidade. Então os Desbravadores foram um escape e prevenção muito grande. As lideranças de Desbravadores não colocavam empecilhos em relação em ir buscar Desbravadores com esse tipo de problema. As vezes tiveram problemas com alguns Clubes elitizados, filhos de Tenentes, Sargentos, Cabos, pois eles não permitiam que os meninos de poder aquisitivo menor ficassem misturados nas barracas do exército, principalmente em época de acampamentos. Porém na nossa visão e na nossa idéia básica era “Servos de Deus e Amigos de Todos”. No passado os Clubes de Desbravadores não tinham muitas condições, mas o entusiasmo quem sabe era gigantesco. Imagina você que em muitos acampamentos a cobertura de barracas eram lençóis. Certa vez choveu, e os Desbravadores elitizados não queriam permitir que os menos favorecidos ficassem na barracas com eles, porém com o acerto de Alfredo e Muniz demonstrou que a liderança em algumas ocasiões necessita ser feita da forma correta e naquele dia todos dormiram nas barracas. Segundo Muniz, já naquela época, tiveram um crescimento muito grande a nível de batismo. Pra ser ter uma idéia, numa noite a beira de uma fogueira, nós tivemos o batismo de 30 Desbravadores. Uma coisa impressionante para a época. Vale dizer que o programa em torno da fogueira era uma História Bíblica contada pelo Alfredo Farias ou por Francisco Muniz ou por um Pastor que iria fazer a cerimônia e o bonito era ver as crianças e adolescentes, sendo tocados pelo Espírito Santo. Contudo isso crescia os Desbravadores no Nordeste do Brasil.
Maxwell
Galvão
3º
Diretor a Liderar a LICEDERN
No ano de 1998 foi criado pela
LICEDERN, o 1º ADERN (Acampamento dos Desbravadores do Rio Grande do Norte, com
o tema “Virá um Novo Tempo”.
No ano 2000 Erinaldo Costa já como
Diretor Associado da Missão Nordeste – MN, criou os Jogos Olímpicos dos
Desbravadores.
Criou também o I Master Camping para os Clubes de Líderes.
Participou da criação do Emblema LD4,
juntamente com o Líder Ronaldo Florêncio, de Natal, que na época trabalhava na
Missão Nordeste.
Enquanto Departamental Associado, as
maiores dificuldades encontradas nos Clubes do Nordeste, era a aquisição de
materiais da Farda, bem como também participar dos Camporis de União e Divisão.
No Campori da Divisão Sul americana de 2005, só teve a participação de um Clube de Desbravadores de toda a Missão Nordeste, que foi o Clube de Desbravadores Cruzeiro do Sul, da Igreja Central de Natal.
Segundo o que relata Erinaldo Costa que mesmo com todas as dificuldades encontradas, a cada ano o número de Clubes de Desbravadores aumentava com a graça de Deus e o esforço de grandes líderes que se dispuseram a abrir novos clubes.
Erinaldo Costa teve esse privilégio de trabalhar como primeiro Diretor Associado da Missão Nordeste, onde permaneceu do ano de 2000 a 2014, sendo depois transferido para a ADRA da União Nordeste.
As Lideranças Centrais (LICEDEPE), em Pernambuco, (LICEDEPA) na Paraíba e (LICEDERN) no Rio Grande do Norte, realizaram muitas atividades como veremos a seguir.
Pernambuco (LICEDEPE)
Paraíba (LICEDEPA)
Rio Grande do Norte (LICEDERN)
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