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sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024

Pastor Rodolpho Wagner Belz

 

Pastor Rodolpho Wagner Belz 

(1898–1978)

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Primeiros anos (1898-1922)

Rodolpho Wagner Belz nasceu em 27 de julho de 1898, em Gaspar Alto, na época um Distrito de Brusque, Estado de Santa Catarina, Brasil. Filho de Francisco Belz, Professor Adventista e Instrutor Bíblico (1867-1949), e Gertrudes Wagner Belz. Rodolpho era neto de Guilherme e Johanna Belz, que foram um dos primeiros adventistas no Brasil. Da união de seus pais nasceram mais duas meninas: Ignês Belz Assenheimer (1891-1982) e Ana Boettcher (?-1963).

Rodolpho era um adventista de terceira geração, portanto, desde cedo recebeu educação baseada em princípios cristãos. Ao longo de sua vida, seguiu a fé de seus antepassados. Sua formação primária teve início em 1905, na pequena Escola Adventista de Gaspar Alto. Completou os primeiros anos do Ensino Fundamental em 1909, na escola pública de São José, em Florianópolis, capital do estado de Santa Catarina. Em 1911, quando tinha cerca de 13 anos, foi batizado pelo Pastor Friedrich Robert Kümpel, na mesma cidade. Em 1916 completou o ginásio na cidade de Rio Claro, estado de São Paulo.

Tendo terminado o Ensino Fundamental em 1917, deu continuidade aos estudos no Seminário Adventista (atual UNASP-SP), onde graduou-se em Teologia no dia 17 de dezembro de 1922, na primeira turma de formandos dessa instituição. Durante sua permanência no seminário foi contemplado com uma bolsa de estudos. Trabalhou como secretário da Diretoria, Tradutor (inglês e alemão) e estenógrafo. Aos domingos ainda atuava como alfaiate, tintureiro e auxiliar na Casa Publicadora Brasileira.

Vida e Ministério (1922–1972)

Dois dias após a formatura de Rodolpho, em 1922, ele se casou com Alice Chagas, que nasceu por volta de 1900. A cerimônia matrimonial foi conduzida pelo Pastor A. B. Westcott, na Igreja Adventista Central de São Paulo. Alice prestou contribuição à Igreja Adventista do Sétimo Dia como pianista para a primeira série de encontros evangelísticos realizados pela Igreja no estado de São Paulo, e ajudou o marido em várias outras séries evangelísticas, que resultaram no estabelecimento de algumas das igrejas mais antigas dos estados do Rio de Janeiro e São Paulo. Cláudio, Fábio, Cleyde e Otávio foram frutos dessa união.

Rodolpho iniciou seu ministério logo após a formatura, ao ser nomeado Evangelista na Associação Paulista. Em 1923 realizou campanhas de evangelismo público nas seguintes cidades do estado de São Paulo: Socorro, Amparo, Ribeirão Preto e Espírito Santo do Pinhal. Trabalhou com os Pastores Jerônimo Garcia, Domingos Peixoto da Silva e Luiz Braun, e permaneceu engajado nessas atividades até 1925. Estudou filosofia, história, geografia e inglês na Escola Superior Paulista de Filosofia, onde formou-se em 1925. O conhecimento ali obtido lhe permitiu servir ao Senhor em uma gama mais ampla de funções dentro da Igreja Adventista.

Em 5 de Janeiro de 1926, foi ordenado ao Ministério Pastoral em cerimônia liderada pelos pastores Carlyle B. Haynes, F. W. Spies e N. P. Nielsen. Após sua ordenação, em 1926 foi eleito Diretor dos Departamentos Jovem, Escola Sabatina e Ministério Pessoal da Associação Paulista. Ocupou essas funções por um ano, após o que aceitou o convite para servir como Preceptor e Professor de Teologia no Colégio Adventista Brasileiro (CAB, atual UNASP-SP), onde serviu até o fim de 1927. Em 1928, retornou ao trabalho evangelístico, atuando na cidade de Vitória, capital do Espírito Santo, em parceria com o Pastor Raul Cordeiro, e na Associação Paulista, junto ao Pastor José Amador dos Reis.

Ainda em 1928, foi enviado como Missionário para a África, onde serviu por um curto período. Em 1929 retornou ao Brasil, dando início à sua atuação como Pastor Distrital na Igreja Central de São Paulo. Em 1930 Rodolpho dedicou-se ao pastoreio de outras igrejas do estado de São Paulo, e realizou uma série de reuniões evangelísticas ao lado do Pastor José Amador do Reis no ginásio da Avenida Conselheiro Rodrigues Alves, localizado na cidade de São Paulo. Ao final do ano, retornou ao CAB para lecionar Teologia. Em 1933 foi transferido para a Missão Rio-Minas Gerais. Seu ministério nesse campo concentrou-se na cidade do Rio de Janeiro, onde foi pastor das igrejas Central, Meier, Olaria e Nilópolis. Como este foi um período de grande esgotamento físico e mental devido à intensa atividade evangelística, Rodolpho ficou extremamente estressado, quase a ponto de falecer. Após sua recuperação, ele continuou suas atividades no Rio de Janeiro até 1935, quando foi nomeado Presidente da Associação Paulista. Nessa época, auxiliou na criação do Departamento Médico Missionário.

Em janeiro de 1941, Rodolpho foi eleito Presidente da União Sul Brasileira, sendo o primeiro brasileiro a ocupar esse cargo. Liderou essa união durante 11 anos, até 1951. Seu próximo cargo foi como secretário da Divisão Sul-Americana, na época localizada na cidade de Montevidéu, Uruguai. Ao mesmo tempo, foi diretor interino dos programas de rádio Adventista "A Voz da Profecia" e "La Voz de la Esperanza", que foram produzidos para ouvintes de língua portuguesa e espanhola. Desempenhou essas funções até 1952.

Em 1953 Rodolpho retornou ao Colégio Adventista Brasileiro, onde trabalhou como Diretor, Preceptor, e Professor no Seminário de Teologia. Ele também lecionou inglês, história e geografia até 1956. O relacionamento de Rodolpho com seus alunos era muito positivo. Como observou o Pastor Osmundo Santos, ele "inspirava tanta confiança e era tão amigável com os alunos que eles lhe confessavam voluntariamente as violações escolares, que justificariam sua expulsão". Em 1957, foi nomeado Presidente da Associação Rio-Minas Gerais, então sediada na cidade do Rio de Janeiro. Atuou nessa área por um ano e meio até meados de 1958, quando foi eleito Presidente da União Este Brasileira, na época localizada na cidade de Niterói, estado do Rio de Janeiro. Em 1968 também atuou como Vice-Diretor dos Departamentos da Voz da Profecia e Televisão da Divisão Sul-Americana (DSA). Em meados de 1969, foi renomeado Secretário da DSA, posição que ocupou até 1971.

Rodolpho serviu ativamente à Igreja até o momento de sua jubilação em 1972. Mesmo em meio às intensas atividades do trabalho pastoral, conseguiu deixar um legado literário. Além de publicar vários artigos na Revista Adventista, escreveu os seguintes livros: E Então Virá o Fim; A Vida e Seus Problemas; Focalizando Nossa ÉpocaNas Encruzilhadas da Vida: alocuções à mocidadeQuando Tudo Falha; a meditação matinal intitulada Gratos Por Quê?, que foi editada após seu falecimento; e o panfleto A Última Mensagem, publicado pela Casa Publicadora Brasileira.

O dinamismo de Rodolpho contribuiu para que sua atuação não ficasse restrita ao meio adventista.  Sua contribuição à sociedade também foi reconhecida como relevante.  Por isso, duas ruas receberam o seu nome:  a Rua Rodolpho Belz, no bairro Jardim Lar São Paulo, localizado na cidade de São Paulo, oficializada pela prefeitura em 7 de novembro de 1980; e a Rua Professor Rodolpho Belz, localizada no bairro Santa Cândida, na cidade de Curitiba, estado do Paraná. Além dessas homenagens, por iniciativa da Câmara de vereadores da cidade de São Paulo, ele foi condecorado postumamente com a Medalha Anchieta, a maior honraria pública concedida por órgãos representativos do município, e também o Diploma de Gratidão da cidade, devido aos relevantes serviços prestados à população, como pastor e educador.


Últimos anos (1972–1978)

Rodolpho afirmava não conceber a ideia de ficar inativo, mesmo aposentado.  No ano de 1972, foi pastor na Igreja do Brooklin, na cidade de São Paulo.  Por volta do ano de 1973, mudou-se para a cidade do Rio de Janeiro, onde foi pastor na Igreja de Vila Izabel até o ano de 1975. Gostava de pregar e ser útil na obra do Mestre. Retornou para a cidade de São Paulo no ano de 1976, onde fixou residência no Bairro Brooklin Paulista. Ali viveu os seus últimos anos, vindo a óbito no dia 12 de Janeiro de 1978, aos 79 anos, no Hospital Adventista de São Paulo. Seu sepultamento ocorreu no dia seguinte, no Cemitério da Paz, localizado no Bairro do Morumbi, na mesma cidade.  Alice, sua esposa, viveu por mais três anos, vindo a falecer no dia 26 de julho de 1981, aos 81 anos, sendo sepultada junto a seu esposo.

Contribuição

Rodolpho Wagner Belz deixou um importante legado à Igreja Adventista.  Como evangelista, contribuiu para o avanço da pregação adventista em vários estados do Brasil. Como professor, destacou-se pelo dedicado e inspirador exemplo. Como administrador, colaborou para o desenvolvimento da Igreja Adventista do Sétimo Dia no Brasil, sendo “sempre uma inspiração a quantos liderava, e um exemplo de zelo e dedicação à Obra”. Por fim, como escritor, Rodolpho também contribuiu produzindo obras de conteúdo espiritual, que ainda exercem grande impacto na edificação cristã de seus leitores.  

 




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