Clube de
Desbravadores
"Raios
do Sol"
O Clube de Desbravadores Raios do Sol da Igreja Adventista
Central de Aracaju – Sergipe, foi fundado em 14 de Junho de 1975, pelo Pastor
Graciliano Martins dos Santos Filho.
Graciliano Martins era um adolescente meio desanimado com a
igreja, ele desejava muito ingressar na força Aérea Brasileira, mas ao perceber
sua fragilidade espiritual, o seu pai não permitiu. Depois ele optou fazer o
curso de oficiais do exército e outra vez seu pai impediu.
Pouco tempo depois, a igreja central o escolheu com outros
quatro jovens para fazer o curso de líder de desbravadores, isso em agosto de
1974, promovido pelo departamental JA da missão Bahia Sergipe, Pr. Amin Américo
Rodor. No entanto, como os desbravadores ainda não eram conhecidos em Sergipe,
quando Graciliano foi notificado de que devia fazer o tal curso, não aceitou!
Porém, o seu pai interveio outra vez e agora o obrigou a ir para Alagoinhas
fazer o curso que ele nunca desejou. Seu pai argumentou "que as coisas de
Deus não podem ser rejeitadas". Por que, na opinião dele, se a igreja o
escolheu ele tinha que ir. E desse modo foi chateado e contra sua vontade fazer
o curso de líderes na Bahia, ministrado por um professor da rede da Educação
Adventista de Minas Gerais, conhecido pelo sobrenome, "Villa Nova".
No entanto, as rotinas do curso, marcadas sempre por horários
rígidos, uso de uniforme, acordar e despertar por uma corneta, além de ter que
pagar continência, entre outras atividades, lembrou muito o regime militar que
ele tanto queria e que seu pai não tinha permitido. E por essa razão que ele
gostou da ideia e apesar de ter sido único que estava ali forçado, foi o único
que voltou com muitos planos e decidido fundar o primeiro clube de
desbravadores em Sergipe.
Inicialmente, Contávamos com 11 componentes, mas enfrentamos
muitas oposições da parte de alguns pais e logo o clube foi reduzido a cinco
desbravadores contando com ele. Ele teve muitos problemas para manter a disciplina,
porque também era um adolescente. Uma irmã complicou mais ainda quando fez um
sermão e pregou contra a criação do clube. Porque, para ela, ele " estava
trazendo o mundo para dentro da igreja " e apelou aos líderes da igreja
que fizesse alguma coisa para interromper o processo pronto.
Entretanto, isso despertou em mim o interesse pela leitura do
manual da igreja, onde vi que o clube era legal e o diretor até devia ser
membro da comissão. Agora eu tinha voz e voto nas decisões da igreja e com isso
podia defender a mim e ao clube.
Entretanto, em meio as turbulências sem trégua, terminamos
1974 sem a certeza de que o clube teria continuidade. Fizemos o primeiro
passeio em um domingo no final do ano e começamos 1975 anunciando o primeiro
acampamento do clube, previsto para o mês de março. E o acampamento ocorreu em
uma propriedade de um irmãos da igreja, na cidade de Itaporanga D`Ajuda. Sendo
que para o evento, usamos barracas emprestadas do Exército, enquanto os
utensílios da cozinha porém prestados pelas mães dos desbravadores. Nem todos
tinham uniforme, mas tínhamos 4 unidades a saber: duas masculinas, " leões
" e "tigres"; e duas femininas, "Arco Íris" e
"Cruzeiro do Sul"
Depois disso o meu pai resolveu equipar o clube
definitivamente. Comprou meu uniforme e todo material necessário para o clube:
as primeiras sete barracas, as ferramentas de camping, utensílios de cozinha,
cornetas, facões, entre outros implementos. Em meio a tantas resistências por
parte de membros da igreja, pode contar com apoio incondicional dele, que era o
primeiro diácono, contava com muito respeito dos irmãos e era o meu amigo. Uma
vez até comentou com minha mãe que " gostava tanto de me ver envolvido com
a igreja, que se necessário fosse, gastaria com clube tudo o que ele possuía, até
o seu último centavo ". Então, ele comprou tudo que precisava para equipar
o clube.
No entanto, o nosso clube não tinha um nome e ainda não tinha
sido inaugurado! Mas na ocasião, estava recente a perda de um dos nossos irmãos
da igreja central. Era um homem muito cristão, capitão do exército que servia
no 28 BC e ocupava a função de primeiro ancião da nossa igreja. O capitão
Cerqueira, como era conhecido, foi vítima de um acidente de trânsito ao colidir
com caminhão que vinha em sentido contrário ao seu. A igreja toda estava
comovido com a tragédia que aconteceu quando levava seus filhos para estudar no
ENA. E foi neste contexto que o grupo escolheu o nome dele para o nosso clube,
a saber: " Clube de desbravadores capitão Atalino Cerqueira "
Finalmente, no dia 14 de junho de 1975, às 16h30, na IASD
Central de Aracaju, R. Lagarto, 1228, Inauguramos o primeiro clube de
desbravadores de Sergipe, contava com 25 desbravadores e um escoteiro
representante do grupo de escoteiros do mar, que foi convidado para o evento. E
este fato foi publicado na edição de outubro de 1975 da Revista Adventista,
página 17. Sendo que esta data só foi escolhida porque é o dia do aniversário
de Graciliano e sempre viu o clube como presente de Deus para minha vida!
Notem. No mês de abril de 1975 descobrimos que tinha que
pregar no Dia Mundial do Desbravadores. E como nunca tinha pregado antes o meu
pai comprou meu primeiro terno e eu fui preparar o meu primeiro sermão. Foi
muito difícil para mim, mas amei, pois ali começou a minha história
ministerial: em 1978 foi cursar teologia no ENA, Onde fui também professor e
diretor. Depois fui pastor de vários Distritos no Rio de Janeiro, psicólogo
clínico no Hospital Adventista Silvestre, Ministerial e Evangelista da União
Sudeste, Diretor da Faculdade Adventista de Minas Gerais e hoje sou professor
de Oratória e Homilética do Curso de Teologia do IAENE. Porém, ao ensinar para
os futuros pastores, lembro-me que a minha primeira lição foi prática e Cidadão
na igreja central de Aracaju.
Casei com uma desbravadora do mesmo clube, hoje professora
Adail usa Alves Santos e dessa história nasceram dois filhos, Amarillys
(Advogada) e Alessandro (Engenheiro).
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